
Olá, amigo leitor. Espero que este texto o encontre bem, com serenidade no coração e disposição para refletir sobre um tema que nos diz respeito todos os dias: a força transformadora da educação.
Hoje, vamos falar de educação. Mas não é de qualquer educação. Quero falar de duas dimensões que caminham juntas, embora sejam diferentes: a educação humana e a educação social.
A educação humana é aquela que se aprende com a vida: nos conselhos e broncas dos pais, no exemplo dos parentes, nas dificuldades enfrentadas. É a escola da experiência, muitas vezes dura, que molda caráter e resiliência. Já a educação social é aquela que, historicamente, reis, rainhas, líderes religiosos e elites econômicas não queriam — ou ainda não querem — que o povo tenha. E por quê? Porque educação de verdade liberta. Ela nos dá poder, voz e ferramentas para enfrentar um sistema que insiste em resistir aos direitos sociais e fundamentais mais básicos.
Na Idade Média, aprender a ler e escrever era um luxo restrito ao alto clero e às dinastias. O povo, analfabeto, morria de fome sem saber sequer como lutar contra a própria miséria. Infelizmente, em certos aspectos, essa lógica persiste.
Em Ribeirão Branco, segundo dados do Censo Escolar de 2024, existem 20 escolas, 3.131 alunos matriculados e 241 professores. Essas instituições estão distribuídas entre a zona urbana e a rural. Os números, que podem ser consultados publicamente no portal QEdu, revelam uma realidade que exige atenção: o rendimento educacional está abaixo da média nacional, há distorções de idade/série e avaliações insatisfatórias.
O quadro só poderá mudar com valorização real dos professores e equipes técnicas, investimentos em infraestrutura física e políticas pedagógicas humanizadas. Sem isso, continuaremos reféns de um ciclo de baixa qualidade, que fragiliza não apenas a escola, mas toda a comunidade.
E por que trago esse debate? Porque é meu direito — e meu dever — falar. A democracia nos dá a liberdade de criticar e denunciar abusos. É justamente essa liberdade que me permite, por exemplo, mencionar o caso noticiado pelo Diário de Ribeirão Branco, em que o prefeito, usando suas redes sociais, expôs indevidamente dados de uma criança em atendimento médico. Um ato injustificável, que reforça a urgência de uma sociedade mais consciente, educada e vigilante.
Não podemos aceitar a violência institucional em nenhuma de suas formas — seja pela omissão no dever de oferecer educação de qualidade, seja pelo abuso de poder que humilha, expõe ou silencia cidadãos. A violência institucional não é apenas física: ela também é psicológica, simbólica e estrutural, corroendo a confiança da população nas próprias instituições que deveriam protegê-la. Combater essa violência é lutar pela dignidade humana e pela efetividade dos direitos fundamentais.
Por fim, registro meu reconhecimento e respeito aos professores, merendeiras, inspetores, secretários escolares, gestores e todos os trabalhadores da educação que, mesmo diante da falta de valorização e de recursos, continuam lutando diariamente para que a escola seja um espaço de transformação e esperança. Vocês são a prova viva de que a educação muda destinos e constrói um futuro mais justo para todos.
Porque um país que não valoriza a educação está condenado a repetir seus piores erros — mas um povo educado jamais será subjugado.
No mais, como sempre, recebam um fraterno abraço, na medida de sua necessidade. Até breve, caro leitor.