720X90
Publicidade

Ministério da Saúde realiza curso de manejo da aids avançada na USP

24 de setembro de 2024

No último sábado (21), técnicos do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi/MS) ofertaram o curso teórico “Aids avançada – como manejar?” na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A qualificação integra as atividades do pré-congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Medtrop).

Voltado para equipes que atendem pessoas vivendo com HIV ou aids em ambulatório e/ou hospitais, o curso visou a qualificação dessa abordagem, considerando que no Brasil, anualmente, cerca de 11 mil pessoas ainda morrem em decorrência da aids. Além disso, em torno de 30% das pessoas diagnosticadas com o vírus chegam aos serviços com dano imunológico grave e aproximadamente 70 mil interrompem o tratamento.

Na ocasião, o responsável pela área de cuidado e qualidade de vida na Coordenação-Geral de HIV e Aids do Dathi (CGHA/Dathi/MS), Ronaldo Hallal, abordou as populações prioritárias no âmbito do cuidado de pessoas vivendo com HIV ou aids. Ele informou a respeito das metas 95-95-95, que consistem em ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; destas, 95% em tratamento; e das pessoas em tratamento, 95% com carga viral controlada.

Para o alcance desse objetivo, o coordenador da CGHA, Artur Kalichman, ressaltou a importância do Programa Brasil Saudável, que visa enfrentar os determinantes sociais que afetam ou são mais agravados por algumas infecções e doenças. “Hoje, temos as ferramentas necessárias para eliminar a aids como problema de saúde pública; no entanto, nosso grande desafio é lidar com as vulnerabilidades sociais, como o acesso ao saneamento básico e à moradia”, explica.

Por sua vez, o coordenador do Serviço de Infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Demetrius Montenegro, destacou a necessidade de uma abordagem humanizada no manejo do adulto vivendo com HIV ou aids. “Viver com HIV vai muito além da supressão da carga viral e de lidar com infecções oportunistas. É preciso ter empatia e lidar com os estigmas”.

Para o biomédico e mestrando em virologia da FMUSP, Erick Matheus, o curso foi uma ótima oportunidade para se aprofundar no manejo da aids avançada no Brasil. “Eu me inscrevi no curso com o objetivo de ter mais profundidade sobre o assunto. É uma ação muito importante para ajudar a acabar com o estigma sobre o tema e fazer com que os alunos levem esse conhecimento adiante”, afirmou.

O curso contou ainda com os(as) facilitadores(as): Paulo Abrão, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Erico Arruda, do Hospital São José; Sumire Sakabe, do Centro de Referência e Treinamento – DST/Aids de São Paulo; e das consultoras técnicas do Dathi Marcela Vieira Freire, Ana Paula Moura da Silva, Luciana de Melo Nunes Lopes e Luiza Gomes Neta.

Hepatites virais

Também no sábado, a equipe da Coordenação-Geral de Vigilância das Hepatites Virais do Ministério da Saúde (CGHV/Dathi/MS) ofertou a oficina “Abordagens atuais no tratamento das hepatites virais B e C”. Moderada pela consultora técnica do Dathi Carla Francisca dos Santos Cruz, a qualificação teve como facilitadores(as) o coordenador-geral da CGHV, Mario Peribañez Gonzalez; o médico Paulo Abrão, da Unifesp; e a consultora técnica do Dathi Rosangela Teixeira.

O curso abordou as atualizações dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas das hepatites B e C de âmbito nacional. Foi apresentado, ainda, o panorama atual e as perspectivas futuras no tratamento das hepatites, abordando estratégias para sua eliminação até 2030. Além disso, dialogou-se a respeito das novas diretrizes para prevenção, diagnóstico e tratamento da hepatite B crônica publicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Medtrop

Em sua 59ª edição, o Medtrop, congresso realizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, aborda o lema “Medicina tropical sob olhar de saúde única”. Em 2024, o Congresso ocorre entre os dias 22 e 25 de setembro, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. O evento reúne mais de 3.000 participantes de todos os estados do Brasil e de outros países, com a realização de mesas redondas, conferências, apresentações orais e pôsteres, além de reuniões satélites.

Lorany Silva

Ministério da Saúde