Megaoperação da Polícia de São Paulo tem bloqueio histórico de R$ 6 bilhões do crime organizado
O trabalho de inteligência da Polícia Civil de São Paulo resultou no bloqueio judicial de R$ 6 bilhões de uma rede responsável por lavar dinheiro do crime organizado, na maior investigação patrimonial e financeira já realizada pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). A Operação Falso Mercúrio, deflagrada nesta quinta-feira (4), mirou o ecossistema financeiro do grupo. Também foram apreendidos mais de 250 carros de luxo, armas de fogo e valores em espécie de dólares e euros.
“É uma das maiores operações já deflagradas pela Polícia Civil contra a lavagem de capitais. Os envolvidos no crime viviam uma vida de luxo e conseguiam milhões com a atividade ilícita. Hoje, nós avançamos contra essa rede criminosa”, disse o secretário da Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves.
No total, 57 contas foram bloqueadas, sendo 20 de pessoas físicas e 37 de pessoas jurídicas. Cada conta pode ter o bloqueio de até R$ 98 milhões. Ao menos 257 veículos, avaliados em R$ 42 milhões, tiveram restrições judiciais aplicadas. Foi determinado também o sequestro e indisponibilidade de 49 imóveis no valor R$ 170 milhões.
Seis suspeitos seguem foragidos, e 48 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados a eles.

As apurações revelaram que o grupo, ligado diretamente ao Primeiro Comando da Capital (PCC), operava um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro e atuava como um verdadeiro prestador de serviços para o crime organizado. Com cerca de 49 empresas de diversos setores — como padarias, adegas, concessionárias e fintechs —, os investigados ofereciam a traficantes, estelionatários e operadores de jogos de azar mecanismos para ocultar a origem ilícita dos valores.
“Esse dinheiro sujo, vindo do crime organizado, passava por essas empresas para dar um ar de ‘licitude’ às operações”, explicou o delegado-geral de Polícia, Artur Dian.
Os policiais da 3ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), também descobriram que um dos beneficiários do esquema é um homem foragido da Justiça, suspeito de participar da execução de Antonio Gritzbach, em novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
“Chegamos aqui na madrugada, fizemos uma rápida reunião de alinhamento e já partimos para a operação.Essas apreensões significam que tiramos o poder financeiro de cada um desses criminosos”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves.
Esta é a segunda fase da Operação Falso Mercúrio — nome que faz alusão ao deus romano do comércio e dos trapaceiros. Na primeira etapa, deflagrada em julho, 21 mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra os mesmos investigados, que agora seguem foragidos.
O delegado e diretor do Deic, Ronaldo Sayeg, destacou que o principal êxito da operação são os bloqueios judiciais. “Os carros, mesmo que nem todos tenham sido apreendidos hoje, estão bloqueados e vinculados a esse processo. Não podem ser vendidos nem usados. Esses criminosos também tiveram as contas bancárias bloqueadas e não conseguem fazer muita coisa sem o dinheiro, além dos 49 imóveis e das três embarcações que também estão com restrição”, afirmou. Todos os itens apreendidos foram encaminhados à 3ª DIG.
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