O abastecimento de água na Região Metropolitana de São Paulo ganhou um importante reforço nesta segunda-feira (01) com a entrega antecipada pela Sabesp do bombeamento de até 2.500 litros por segundo da bacia do rio Itapanhaú, na Serra do Mar, até o Sistema Alto Tietê. A integração permite mais segurança na gestão hídrica estadual, com aumento de 17% de água no reservatório. São 22 milhões de pessoas beneficiadas por uma ação de resultado imediato diante do atual cenário de escassez hídrica, em um ano que teve as piores médias de chuvas dos últimos dez anos.
A antecipação da entrega, prevista inicialmente para junho do próximo ano, ocorre com a instalação de 11 geradores de energia elétrica para as bombas, que vão operar até a conclusão da rede elétrica permanente. O investimento total é de R$ 300 milhões.
O Governo de São Paulo realizou no ano passado a desestatização da Sabesp, que vai garantir R$ 70 bilhões em melhorias no saneamento básico do estado até 2029.
“Essa é uma obra muito importante para a resiliência hídrica do estado, sobretudo em épocas como a que estamos vivendo de chuvas abaixo da média histórica. Não é só o sistema Alto Tietê que a gente beneficia. São mais de 20 milhões de pessoas que ganham com uma obra dessas, que foi acelerada muito em virtude do processo de privatização que fizemos da Sabesp, com contrato mais robusto e planejamento”, disse a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Governo de São Paulo, Natália Resende.
O Governo de São Paulo tem adotado uma série de medidas para preservar o nível dos mananciais em cenário com volume de chuvas abaixo da média histórica. O Sistema Integrado Metropolitano (SIM) terminou novembro com acumulado de 82,7 mm, enquanto em 2021 choveu 98,8 mm. A média histórica para o período é de 142,6 mm. Entre as medidas determinadas pela Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo (Arsesp) está o regime de prevenção e contingência, com a gestão da demanda noturna das 19h ás 5h, com economia de 44 bilhões de litros d’ água desde 27 de agosto, início da medida.

Como funciona
A nova captação da Sabesp busca água a 60 quilômetros da capital. A retirada ocorre no ribeirão Sertãozinho, um dos formadores do rio Itapanhaú, colado ao Parque Estadual da Serra do Mar — uma área de preservação ambiental que exigiu soluções de engenharia cuidadosamente planejadas.
A partir da captação, a Companhia implantou um trajeto de 9 quilômetros que combina adutoras apoiadas no solo (em vez de enterradas) e um túnel de 500 metros escavado na montanha, próximo à rodovia Mogi-Bertioga. Como se trata de uma região de serra, o sistema realiza um bombeamento inicial de 98 metros de altura; depois, toda a condução da água passa a ser feita por gravidade.
A operação foi concebida para minimizar impactos ambientais: a água captada é apenas a parcela excedente do ribeirão Sertãozinho, garantindo que cerca de 1.000 litros por segundo continuem seguindo seu curso natural. Além disso, as adutoras foram instaladas sobre blocos de concreto, reduzindo intervenções no solo e preservando a vegetação da área de reserva.
Ao final desse percurso, a vazão transferida chega à represa Biritiba-Mirim, do Sistema Alto Tietê, aumentando seu nível com a “água nova”. Como o abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo é interligado pelo Sistema Integrado Metropolitano (SIM), toda a população da capital e das cidades vizinhas é beneficiada diretamente pela novidade.
“Operamos em regiões com baixa disponibilidade hídrica natural, altamente urbanizadas e densamente povoadas, como a Região Metropolitana de São Paulo, que abriga quase 22 milhões de pessoas. Esta é mais uma obra coloca em operação pela Sabesp para garantir mais água para a população, buscando fontes que antes não eram utilizadas para o abastecimento”, afirma Roberval Tavares, diretor-executivo de Engenharia e Inovação da Sabesp.
Retorno novo na rodovia Mogi-Bertioga: mais facilidade para quem vai ao litoral
Além de ampliar a segurança hídrica da RMSP, a obra de captação no Itapanhaú também deixa um legado importante para quem utiliza a rodovia Mogi-Bertioga. Com a conclusão dos serviços, a Sabesp construiu um retorno na altura do km 79 — já no final da serra —, garantindo mais segurança e fluidez para motoristas e moradores da região.
O impacto positivo é ainda maior para quem trafega diariamente pela via.
Antes da intervenção, quem passava do km 69 era obrigado a seguir até a cidade de Bertioga para fazer o retorno. Agora, com o trecho liberado e recuperado, os usuários voltam a contar com o retorno operacional, reduzindo tempo de deslocamento e melhorando as condições de mobilidade na Mogi-Bertioga. São 38 km a menos de trajeto para esses motoristas.
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