A Fundação para o Remédio Popular “Chopin Tavares de Lima” (FURP) vai fechar e o Governo de São Paulo vai diminuir sua capacidade de produzir remédios de graça para a população?
Isso é mentira. O que está ocorrendo é uma reestruturação para fortalecer e modernizar a instituição.
A mudança irá fortalecer, ampliando e diversificando a produção de medicamentos para o SUS.
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O laboratório farmacêutico público do Estado será incorporado pelo Instituto Butantan, uma das maiores instituições científicas do mundo. A mudança, aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no início deste mês, visa transformar a fundação na Butantan Farma, um braço farmacêutico mais ágil e com maior capacidade de inovação.
Apesar de sua importância histórica, a FURP não conseguia atingir seu potencial máximo. A instituição já chegou a produzir 80 tipos de medicamentos e hoje oferta apenas 30. A base de clientes, que já foi de 600 municípios paulistas, conta atualmente com apenas cerca de 30 cidades como clientes regulares.
Com unidades em Guarulhos e Américo Brasiliense, atualmente a FURP produz cerca de 400 milhões de unidades farmacêuticas por ano, mas dispõe de capacidade instalada para alcançar até três bilhões de unidades anuais. A incorporação pelo Butantan é a solução para reverter esse processo e devolver à FURP sua relevância.
Para esclarecer o que é fato sobre o futuro da FURP, o Agência SP Verifica preparou um guia com as principais perguntas e respostas. Entenda o que muda e os benefícios para a população.
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A FURP vai fechar?
Não. A FURP não será fechada. Ela será incorporada pelo Instituto Butantan. Suas atividades, fábricas, capacidade produtiva e expertise serão mantidas e ampliadas. A fundação passará a se chamar Butantan Farma, simbolizando uma nova fase de crescimento, com mais investimentos e foco em inovação para atender o Sistema Único de Saúde (SUS).
O governo vai deixar de fornecer medicamentos gratuitos?
Pelo contrário. O objetivo é aumentar a produção e a diversidade de medicamentos gratuitos para o SUS. Ao unir a capacidade industrial da FURP com a capacidade de inovação do Butantan, o Governo de SP objetiva ampliar o atual portfólio de 30 medicamentos. Há potencial para, com organização e planejamento, atingir em alguns anos seu potencial de produzir até 100 produtos e melhor utilizar sua capacidade produtiva.
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Dos novos produtos que a FURP planeja incorporar de maneira gradativa e planejada com a integração ao Instituto Butantan, 35 são previstos para os próximos cinco anos, incluindo quatro projetos de PDP (Programa de Desenvolvimento Produtivo), aprovados pelo Ministério da Saúde em 2025 para doenças raras e oncológicos, além de parcerias bilaterais com empresas privadas para transferência de tecnologia.
A medida também permitirá levar, cada vez mais, pesquisa e desenvolvimento de produtos para a fundação, abrindo o caminho para descoberta e desenvolvimento de novos produtos, inclusive com inovação nacional.
Mas produzir remédios é a vocação do Instituto Butantan?
Sim. O Butantan já é um dos maiores produtores de imunobiológicos do mundo e sua atuação farmacêutica é crescente. Além de vacinas e soros, o Instituto já produz medicamentos biotecnológicos complexos, como o Adalimumabe. Recentemente, teve quatro projetos de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) aprovados pelo governo federal para desenvolver novos medicamentos contra câncer e esclerose múltipla. A criação da Butantan Farma é um passo natural para consolidar essa expertise.
A FURP está sendo privatizada ou vendida?
Não. A FURP não está sendo vendida e nem privatizada. A mudança é uma transferência de um órgão público (Fundação) para outro órgão público (Instituto Butantan), ambos ligados à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. É um rearranjo dentro da administração pública para fortalecer a pesquisa, inovação, desenvolvimento e a produção estatal de medicamentos.
A produção de medicamentos essenciais, como o coquetel anti-HIV, vai acabar?
Não. A produção de todo o portfólio atual vai continuar. O plano não é interromper, mas somar. O Butantan Farma continuará sendo um pilar no tratamento de doenças atendidas pelo SUS, incluindo HIV/AIDS, saúde mental, Alzheimer, antibióticos e imunossupressores. A mudança trará o acréscimo de novas terapias, sem interromper as existentes.
A FURP estava operando abaixo da sua capacidade?
Sim. Apesar de já estar em fase de recuperação, a mudança vai abreviar o seu prazo de repotencialização com esta integração ao Instituto Butantan. Sua área industrial tem capacidade de produzir três bilhões de unidades de medicamentos por ano, mas produz atualmente apenas 400 milhões, considerando que a unidade de Américo Brasiliense não está em atividade no momento.
Haverá demissão em massa dos funcionários da FURP?
Não. O projeto de transição, planejado ao longo de dois anos e aprovado na Alesp, é claro: “os colaboradores da atual FURP deverão ser mantidos”. A união busca somar a expertise dos funcionários da FURP ao corpo técnico do Butantan.
A população e a Assembleia Legislativa foram ouvidas?
Sim. O projeto foi amplamente debatido na Assembleia Legislativa (Alesp). Foram realizadas audiências públicas onde a sociedade civil, especialistas e sindicatos puderam se manifestar. O projeto foi estudado por comissões e, ao final, aprovado pelos deputados estaduais, representantes da população.
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