720X90
Publicidade

Governo de SP reúne especialistas nacionais no II Seminário Estadual de Segurança Alimentar para fortalecer ações de combate à fome

21 de novembro de 2025

Governo de SP reúne especialistas nacionais no II Seminário Estadual de Segurança Alimentar para fortalecer ações de combate à fome

A Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo (SEDS) realizou na última quarta-feira (19) o II Seminário Estadual de Segurança Alimentar, no Sesc Pinheiros, reunindo pesquisadores, gestores públicos, organizações da sociedade civil e instituições parceiras para debater estratégias de enfrentamento à fome e promoção da alimentação adequada. O evento é uma iniciativa da Diretoria de Combate à Fome e contou com cinco painéis temáticos que abordaram desde o panorama da insegurança alimentar no Brasil até ações concretas implementadas no estado de São Paulo.

A abertura teve as presenças da secretária de Desenvolvimento Social, Andrezza Rosalém, de Mariana Ruocco, gerente de Alimentação e Segurança Alimentar do Sesc São Paulo, além da co-diretora executiva do Pacto Contra a Fome, Maria Renata Siqueira, e da diretora de Segurança Alimentar da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Camila Kanashiro.

LEIA TAMBÉM: Doze unidades do Bom Prato Móvel funcionam em novos endereços

O primeiro painel, Mapa da Fome, reuniu as pesquisadoras Semíramis Domene (Unifesp/USP) e Maria Rita Marques de Oliveira (Unesp/Interssan), que analisaram os dados mais recentes sobre insegurança alimentar e os fatores estruturais que ainda impactam milhões de famílias brasileiras. “O Governo do Estado tem avançado nessa parceria e diálogo com as universidades, e esse é um fator importante, porque estudos a respeito da insegurança alimentar já ocorrem há décadas”, afirmou Maria Rita.

A professora Semíramis Domene destacou a complexidade do tema, que envolve renda, acesso a equipamentos públicos, mas também a qualidade da alimentação, que tem elevado os índices de obesidade no país e as políticas de proteção social. “Nós temos uma responsabilidade enquanto país e somos uma potência na América Latina. Precisamos trazer respostas importantes e consistentes para essa questão da fome e de outra situação que vem crescendo no país e está em uma outra ponta, que é a obesidade. É preciso atuar nas duas frentes com a urgência que elas exigem”, destacou.

O segundo painel reuniu representantes do Pacto Contra a Fome, da Estratégia Alimenta Cidades e do Comusan-SP, que debateram sobre a importância da governança e do papel da sociedade civil na construção de políticas alimentares que atuem de maneira intersetorial na busca de soluções permanentes para erradicar a fome, movimentar economias solidárias e evitar desperdício de alimentos. Foram abordados temas como agricultura urbana, cozinhas solidárias, circuitos locais de abastecimento, assistência social e inovação em modelos de gestão pública.

Educação alimentar, combate ao desperdício e enfrentamento da fome

No período da tarde, o terceiro painel apresentou a atuação do Programa Mesa Brasil, coordenado no Sesc por Mariana Ruocco. O programa é referência no combate à fome e ao desperdício de alimentos, além da promoção da alimentação adequada.

O quarto painel, com gestores da SEDS, apresentou os avanços dos programas estaduais Vivaleite e Bom Prato, que são pilares da estratégia de segurança alimentar no estado. Entre os destaques:

  • 4,2 milhões de litros de leite distribuídos mensalmente pelo Vivaleite, com 280 mil beneficiários atendidos em 643 municípios, todo mês;
  • 145 mil refeições servidas por dia no Bom Prato, a R$ 1 (almoço e jantar) e R$ 0,50 (café da manhã);
  • 124 unidades em funcionamento, entre unidades fixas, móveis e refeitórios, com almoço, jantar, além do café da manhã.
  • Avanços contínuos de crescimento e modernização.

“Nós sabemos que é possível enfrentar a fome, colocando recursos em algo que, de fato, leva comida para a pessoa que precisa se alimentar e não tem condições para isso. E o combate à fome precisa ser complementado por outras políticas públicas, além de uma que seja mais pontual”, afirmou Rita Dalmaso, que está à frente da Diretoria de Combate à Fome.

Nesse sentido, o coordenador do Programa SuperAção SP, criado para combater a pobreza e promover a inclusão produtiva, Marcelo Salera Ricci, destacou que “não se combate um problema tão complexo sozinho, por isso, o programa SuperAção atua de maneira intersetorial, integrando políticas públicas do estado, municípios e entidades parceiras, para retirar barreiras das famílias e, de fato, estabelecer a autonomia na vida delas”, concluiu.

Pobreza, vulnerabilidade e políticas integradas

O quinto painel reuniu especialistas liderados pelo economista Ricardo Paes de Barros e pela pesquisadora Laura Muller Machado, ambos do Insper, discutindo como a pobreza, o acesso à comida e como políticas públicas integradas, incluindo proteção social, transferência de renda, emprego, educação e saúde, são essenciais para romper o ciclo de vulnerabilidades.

Paes de Barros destacou pontos relacionados ao custo de alimentar a população brasileira, além da disponibilidade de alimentos e recursos. Ele lembrou que a renda per capita brasileira é de R$ 2.378,segundo o IBGE – mais do que suficiente para que toda a população estivesse alimentada. “Um dos grandes problemas é que a distribuição e a transferência de renda não são focalizadas. O dinheiro precisa chegar nas mãos certas”, destacou.

Laura Muller concordou e disse que é necessário “fazer uma busca ativa das pessoas que necessitam de alimentos”. Ela completou: “Além de um novo problema que o Brasil vem enfrentando que é a queda no consumo de arroz e feijão, somada à presença de regiões do país onde a qualidade dos alimentos é inadequada e marcada por produtos mais processados”.

O evento reuniu pesquisadores, gestores públicos, organizações da sociedade civil e instituições parceiras. Foto: Divulgação/Governo de SP

Compromisso do Estado de São Paulo

A secretária de Desenvolvimento Social, Andrezza Rosalém, reforçou que as ações de combate à fome adotadas pelo Governo de São Paulo estão alinhadas com uma agenda baseada em evidências e intersetorialidade, partindo do reconhecimento de que a fome é um fenômeno multidimensional que exige respostas sustentáveis e coordenadas.

“Nosso papel é dar suporte a famílias e atuar de maneira integrada. E, ao fazer isso, olhamos para programas como Vivaleite e Bom Prato, que têm logística, monitoramento e controle para que a gente chegue onde as pessoas precisam. Ao levarmos a alimentação para o prato das pessoas, entregamos não só segurança alimentar e nutricional, mas também dignidade. É disso que precisamos: de boas políticas públicas”, destacou a secretária.

Ao longo de todo o dia, os participantes discutiram caminhos para fortalecer o sistema de segurança alimentar, promover proteção social efetiva e ampliar oportunidades de inclusão e autonomia para as famílias mais vulneráveis do estado.

O post Governo de SP reúne especialistas nacionais no II Seminário Estadual de Segurança Alimentar para fortalecer ações de combate à fome apareceu primeiro em Agência SP.