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Deixa de ser otário (a): palhaço sem graça morre de fome

Um alerta duro, necessário e sem rodeios sobre o impacto do bullying — e sobre o valor de cada vida que ainda luta para existir.
22 de novembro de 2025
Ilustração

Querido leitor,

Hoje preciso falar com você que carrega dores que ninguém vê.
Com você que tem segurado o mundo no peito enquanto tenta sobreviver aos dias.
E também com você que, por alguma razão, achou que machucar o outro seria uma forma de existir.

Recebi um relato duro nesta semana:
a filha de um amigo tentou tirar a própria vida após sofrer bullying na escola.
Alguns episódios.
Humilhações.
E pedaços de alma arrancados diante de outras pessoas.

E o corpo até aguenta muita coisa.
Mas a alma, não.
A alma sangra no silêncio.

Para você que sofre bullying

Eu queria te dizer algo que talvez ninguém tenha dito ainda:

o que fizeram com você não tem o direito de decidir quem você é.

Você não é fraco.
Você não é exagero.
Você não é peso para ninguém.

A dor que você sente é legítima.
E não, você não está sozinho.

Tem gente que te ama.
Tem gente que te espera.
Tem gente que quer te ver crescer, rir, recomeçar.

Seu valor não cabe na crueldade dos outros.
E quem tenta te diminuir só revela o próprio vazio — nunca o seu.

Por favor… fique.
O mundo ainda tem lugares que não doem.

Para você que pratica bullying

Agora é com você — e eu vou falar do jeito que precisa ser dito:

Deixa de ser otário e cuide da sua vida.

Porque, sim, é isso mesmo:
machucar alguém não te torna forte.
Te torna pequeno.
Raso.
Cruel.

O riso que você solta quando alguém chora não é “zoeira”.
É covardia.

E covardia tem consequências.

Pensa bem:
que tipo de pessoa você quer ser?
A que levanta alguém — ou a que empurra para o fundo do poço?

Ainda dá tempo de mudar.
Mas comece hoje.

Para as famílias

A dor dos filhos nem sempre grita.
Às vezes, ela se esconde atrás de um “tô bem”,
de um olhar caído,
de uma mudança de comportamento que a rotina não deixa perceber.

Escutem.
Perguntem.
Acompanhem.

E, à família amiga que quase perdeu o que mais ama, deixo minha solidariedade profunda.
Nenhuma casa deveria conhecer esse tipo de medo.
Nenhum pai deveria abraçar um filho tentando voltar à vida.
Vocês têm o meu respeito e o meu afeto.

Procurem ajuda.
O sofrimento de uma criança também fere os pais — e muitas vezes paralisa.

Ei, se liga:

– Se você sofre: não desista de existir.
– Se você pratica bullying: pare de ser otário — e pare agora.
– Se você é família: abrace antes que a dor vire silêncio. E, se necessário, peça ajuda.

E se ninguém te disse isso hoje:

você vale muito.
Você merece ficar.
Você merece viver.

Como sempre, um abraço na medida de sua necessidade.

donifurlan@hotmail.com — mande um e-mail.
Te garanto uma palavra de conforto.

Sobre a Coluna

A coluna de Donizete Furlan será publicada semanalmente no Diário de Ribeirão Branco, sempre com textos que entrelaçam Direito, memória e cotidiano. Um convite ao pensamento crítico com raízes no interior.

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