São Paulo lidera ações de clima e saúde no país e amplia práticas sustentáveis na rede hospitalar
O Estado de São Paulo se consolidou como referência nacional na agenda de clima e saúde, sendo o primeiro do país a adotar um compromisso estruturado de resiliência e mitigação climática em toda a rede estadual de assistência à saúde, que abrange cerca de 100 hospitais próprios e outras 100 unidades de médio e grande porte, entre Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) e unidades da Rede Lucy Montoro de Reabilitação.
Com foco na sustentabilidade e na integração entre saúde e meio ambiente, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) apresentou, nesta quarta-feira (5), as principais iniciativas durante o Summit Agenda SP+Verde, evento que reuniu representantes do governo, especialistas e lideranças do setor privado para debater soluções frente à crise climática.
No painel “Resiliência e o Futuro das Cidades – Saúde Única: Resposta Integrada à Crise Climática”, Cristina Balestrin, coordenadora do Programa de Saúde Digital Paulista, representando o secretário Eleuses Paiva, apresentou as ações em andamento e as práticas sustentáveis adotadas nos hospitais públicos estaduais, com foco na gestão de resíduos sólidos, na rastreabilidade de processos e na aplicação dos princípios da economia circular.
“A preparação para respostas em saúde pública exige uma ação integrada. A intersetorialidade é fundamental, com iniciativas transversais entre municípios e Estado, e uma comunicação articulada para reduzir riscos e mitigar danos. Pela primeira vez, o Plano Estadual de Saúde incorporou indicadores de mudança climática, reforçando o compromisso de São Paulo com essa agenda”, afirmou Balestrin.
Entre as iniciativas de destaque, Cristina citou o Hospital da Mulher, que recebeu certificação LEED Gold, e o avanço da jornada assistencial híbrida, desenvolvida com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que permitirá a integração do histórico clínico dos pacientes, da atenção básica à alta complexidade. “Essa integração reduz custos e evita a repetição de exames, gerando eficiência e sustentabilidade”, afirmou.
Participaram do painel Luiz Carlos Zamarco, secretário municipal da Saúde de São Paulo; Olavo Correa, presidente da AstraZeneca; e Sidney Klajner, presidente do Einstein Hospital Israelita, sob a moderação de Cláudia Mattos, cofundadora da Oitto Impacto Positivo.
Zamarco destacou que, na capital, o Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS) envolve a população em debates sobre mudanças climáticas e áreas verdes. Segundo ele, o trabalho conjunto entre agentes de saúde e escolas reforça a importância do cuidado com o meio ambiente para prevenir doenças transmissíveis.
Entre as práticas sustentáveis implementadas pelo Governo de São Paulo estão:
- Certificação Aqua de Sustentabilidade em hospitais regionais, como os de Circuito da Fé e Três Colinas;
- Instalação de usinas fotovoltaicas nas unidades de Itapetininga, Birigui e HC Ribeirão de Preto;
- Aproveitamento de água de chuva para lavagem de ambulâncias e jardinagem;
- Utilização de metais economizadores e iluminação em LED;
- Reaproveitamento de tapumes metálicos em diferentes obras;
- Estudos para implantação de usinas de oxigênio em novos hospitais.
As medidas reforçam o compromisso do Governo de São Paulo com a adoção de práticas sustentáveis na saúde pública, alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Balestrin ressaltou que ainda há importantes desafios a serem superados. “Enfrentamos questões de governança, articulação intersetorial, parcerias público-privadas e financiamento. Por isso, o financiamento adequado e a gestão eficiente são fundamentais para decisões mais assertivas. Também é preciso promover mudanças culturais no modo como consumimos. Precisamos aprender a transformar nossos hábitos”.
O painel evidenciou a importância da integração entre saúde, meio ambiente e planejamento, como parte essencial diante dos efeitos da crise climática.
Sobre o evento
O Summit Agenda SP+Verde é um evento internacional pré-COP promovido pelo Governo de São Paulo, Prefeitura de São Paulo e Universidade de São Paulo (USP). O encontro reúne especialistas, lideranças e representantes da sociedade para debater desenvolvimento sustentável e economia verde.
A estrutura conta com cinco palcos, rodada de negócios, área de inovação, Casa da Circularidade, espaço gastronômico e atrações culturais. Os debates estão organizados em quatro eixos temáticos: Finanças Verdes, Resiliência e o Futuro das Cidades, Justiça Climática e Sociobiodiversidade e Transição Energética e Descarbonização.
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