
Hoje, durante uma aula, ouvi algo que não me surpreendeu — apenas confirmou o quanto certos espaços ainda têm dificuldade em lidar com quem fala fora do script.
Um professor insinuou que os textos que publico no Diário de Ribeirão Branco não teriam base científica.
Não precisou dizer com todas as letras; o tom bastou.
Pois bem: minha coluna não é artigo de revista (esses eu publico também — é só olhar meu Lattes).
É crônica de resistência.
É espaço de fala, de partilha, de reflexão.
E sim, ela é minha.
Se alguém se incomoda com isso, que escreva a própria coluna.
Ou grave um podcast pra discordar.
Mas não tente me enquadrar num molde que nunca me coube.
Não escrevo pra agradar banca — escrevo pra alcançar gente.
O 50 Avos nasceu da vida real: das dores, das lutas e das histórias que raramente entram nos livros.
É resistência, cura e partilha.
E se isso não for ciência, talvez o problema esteja na régua — não no que está sendo medido.
O que muitos chamam de “falta de método” é, na verdade, presença de alma.
E é justamente isso que incomoda.
Porque é mais fácil fingir profundidade do que encarar o espelho da própria superficialidade.
E vamos falar a verdade: aluno sabe quando o professor enrola.
Sabe quando o discurso é vaidade disfarçada de rigor.
E sabe, também, quando há verdade no que se fala — e eu falo com verdade.
O que escrevo pode não caber nos moldes da academia, mas cabe no coração das pessoas.
E é ali, nesse território sensível e real, que o conhecimento cumpre sua função mais nobre: transformar vidas.
Afinal, o saber não nasceu pra ser guardado em gavetas ou teses — nasceu pra circular, pra emocionar, pra libertar.
Então que cada um siga o caminho que escolheu: uns escrevem pra cátedras — eu escrevo pra vidas.
E enquanto houver um leitor que se reconheça nas minhas palavras, eu sigo.
Com verdade, com coragem e com o mesmo abraço de sempre —
na medida da sua necessidade.





