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Alunos de SP enviam carta coletiva para COP30 na Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente

24 de outubro de 2025

Alunos de SP enviam carta coletiva para COP30 na Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente

A Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), em Brasília, teve a participação de 22 estudantes da rede pública paulista de ensino. A passagem dos alunos pela Conferência, que se deu em Brasília, no Distrito Federal, e em Luziânia, no estado de Goiás inclui a criação de uma carta coletiva que será entregue a lideranças presentes na COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, que neste ano será realizada em Belém, no mês de novembro.

A participação dos estudantes na CNIJMA também foi marcada por troca de experiências e inspirações com delegados de todo o país, compartilhamento de saberes, distribuição e explicação de sementes nativas, atividades pedagógicas para conhecerem todos os biomas do Brasil.

A carta coletiva elaborada por alunos de todo o país reafirma o compromisso deles com a educação ambiental, a justiça climática e a valorização dos saberes ancestrais e científicos. A correspondência defende a proteção da biodiversidade e das comunidades mais vulneráveis, além do respeito à diversidade, à equidade e aos direitos humanos como pilares para regenerar o planeta e construir um futuro sustentável.

São Paulo na Conferência

As contribuições dos alunos do estado de São Paulo levaram em consideração a diversidade de escolas e territórios do estado de São Paulo. Os 22 alunos e professores entenderam que é preciso destacar, por exemplo, a importância de se combater o racismo ambiental — que atinge populações vulnerabilizadas, quilombolas e indígenas — e a necessidade de união e pertencimento para enfrentar os desafios das mudanças climáticas.

A professora de geografia e representante da Subsecretaria Pedagógica (Suped) da Seduc-SP na Conferência, Andréia Cardoso, relata que, entre as atividades, os estudantes organizaram a distribuição de mais de 25 tipos de sementes nativas durante a Feira de Projetos.

Alunos da rede estadual de São Paulo engajam na causa ambiental. Foto: Governo de São Paulo/Divulgação

“Cada estudante levou consigo um pouco do que aprendeu e viveu em sua escola e comunidade. Eles apresentaram sementes de suas regiões, compartilharam com todas as delegações e explicaram a origem e as características de cada espécie. Foi uma experiência significativa para nossos alunos.”

A professora cita que entre 25 tipos de sementes estavam jequitibá, coentro, quiabo, olho de boi, ipê, jerivá e pajuçara.

A estudante Heloísa Maria dos Santos Lourenço, de 14 anos de idade, matriculada no 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Loureiro Júnior, localizada na zona leste da capital, fala sobre a viagem à etapa nacional da Conferência: “Eu agradeço muito a oportunidade de ter ido, de ter participado de tudo que aconteceu. A Conferência deste ano trouxe a ideia de que nós, adolescentes, precisamos nos apropriar das estratégias para sustentabilidade, sempre olhando para o nosso futuro e do planeta. Foi muito importante o encontro com autoridades e a socialização com outros adolescentes e culturas. Acima de tudo, o que fica é que é preciso ter empatia pelos grupos que estão mais vulneráveis às mudanças climáticas”.

Confira, abaixo, a carta para a COP30, resultado da união dos estudantes da CNIJMA:

CARTA COMPROMISSO DOS JOVENS PELA EDUCAÇÃO E JUSTIÇA CLIMÁTICA

Nós, jovens da VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, apresentamos os compromissos construídos coletivamente.

Compreendemos que existem sistemas ambientais causados pelos Seres Humanos, nós somos o presente e a transformação não pode esperar, o futuro é hoje e a mudança começa agora.

Desta forma, nos comprometemos a:

Apoiar a luta e resistência de povos indígenas, comunidades quilombolas, agricultores familiares, pois é essencial para qualquer transformação social e ambiental por meio de suas tecnologias ancestrais, para então regenerar o Planeta juntando os saberes ancestrais e os conhecimentos científicos.

Proteger as pessoas e toda a vida do planeta, com equidade, igualdade e inclusão. Justiça climática não é só sobre o meio ambiente ou o clima.

Ampliar a nossa capacidade de prevenção de riscos, assumindo que a consciência das diferentes vulnerabilidades nos torna mais humanos, verdadeiros e potentes para lidar com os impactos dos desastres climáticos.

Respeitar profundamente a diversidade de gênero, raça, sexualidade (LGBTQIANP+) e pessoas com deficiência, surdos, foco na equidade. Essa atitude é vital para lutar contra qualquer forma de desigualdade e construir uma sociedade justa e de paz.

Ouvir cada comunidade: ribeirinha, periférica, aldeia, favela, assentamento… que são aquelas que menos contribuem para o aquecimento global e mais sofrem as consequências do clima.

Resistir a um sistema que força as pessoas a competirem por poder e dinheiro, gerando desigualdade e preconceitos como: racismo, homofobia, exclusão, intolerância religiosa, racismo ambiental, machismo e xenofobia.

Conservar a biodiversidade como um direito fundamental à vida, valorizando a educação ambiental nas escolas como ferramenta de transformação.

Transformar o Brasil com Educação e Justiça Climática é responsabilidade de todos e todas nós.

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