720X90
Publicidade

Reconhecer limites, atravessar fronteiras

Uma reflexão sobre como reconhecer limites e atravessar fronteiras com consciência pode transformar a maneira como vivemos, crescemos e nos preservamos.
Foto: Ilustração

Antes de tudo, precisamos ser sinceros conosco: toda escolha traz resultados, sejam eles positivos ou negativos. Reconhecer isso é fundamental para não cairmos na ilusão de que tudo na vida se resolve sem consequências. Cada passo que damos, cada limite que respeitamos ou ultrapassamos, tem o poder de nos aproximar de conquistas ou de nos ensinar por meio das perdas. Por isso, é preciso analisar bem antes de agir, com calma e lucidez.

Todos nós temos limites. Eles são como cercas invisíveis que delimitam até onde conseguimos ir sem nos ferir. Reconhecer esses limites não é sinal de fraqueza, mas de maturidade. É o mesmo que olhar para dentro e perceber: “até aqui eu consigo; daqui em diante preciso de pausa, apoio ou preparo”.

Mas a vida não se contenta apenas em nos manter dentro dessas fronteiras. Muitas vezes, o verdadeiro crescimento surge justamente quando nos desafiamos a atravessá-las. Esse atravessamento, no entanto, precisa ser feito com proporcionalidade. Não adianta querer pular um abismo maior do que nossas pernas suportam. O risco é cair e se machucar.

Na vida pessoal, atravessar fronteiras pode significar enfrentar medos, encarar conversas difíceis, mudar hábitos ou dar novos rumos a relacionamentos. Isso pode gerar conquistas, libertações e descobertas incríveis. Mas também pode trazer dores, rupturas e aprendizados duros quando não avaliamos bem o terreno.

No trabalho, reconhecer até onde vai nossa capacidade é fundamental para não cair no esgotamento. Porém, ousar atravessar um pouco além pode nos levar a promoções, novas habilidades e ao respeito dos colegas. O problema é quando confundimos coragem com imprudência — e, nesse caso, a travessia pode nos custar saúde, serenidade e até vínculos importantes.

O segredo, talvez, esteja em enxergar nossos limites como portas, e não como prisões. Portas que podemos abrir aos poucos, com consciência, preparação e coragem. Porque não existe vida plena sem atravessar fronteiras — mas também não existe vida equilibrada sem saber a hora de parar.

Um abraço na medida da sua necessidade.

Sobre a Coluna

A coluna de Donizete Furlan será publicada semanalmente no Diário de Ribeirão Branco, sempre com textos que entrelaçam Direito, memória e cotidiano. Um convite ao pensamento crítico com raízes no interior.

© 2025 Diário de Ribeirão Branco