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Dia Mundial da Fotografia: veja paisagens que inspiram artistas das lentes

Dia Mundial da Fotografia: veja paisagens que inspiram artistas das lentes

A frase de um dos maiores fotógrafos da História, o francês Henri Cartier-Bresson, mostra o significado do ato de fotografar: “colocar a cabeça, os olhos e o coração no mesmo centro das atenções”. Para comemorar o Dia Mundial da Fotografia nesta terça-feira (19), a Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur-SP) traz a arte de quatro talentos da fotografia, suas inspirações, os ídolos, as histórias pessoais com câmeras e lentes e de como clicam suas visões particulares do mundo que nos rodeia.

O dia 19 de agosto foi considerado o Dia Mundial da Fotografia em 1839, quando o inventor francês Louis Daguerre apresentou em Paris a sua criação chamada de daguerreótipo, o primeiro processo fotográfico comercialmente viável. Ele consistia numa caixa fechada onde se imprimia uma imagem única em uma placa de cobre revestida de prata e sem a possibilidade de reprodução. Mesmo assim, esse bisavô das câmeras atuais foi utilizado até a década de 1860. Desde aqueles dias, apareceram outros processos mais práticos.

A fotografia é uma das invenções mais extraordinárias da humanidade e revolucionou a forma de informar, recordar e existir enquanto expressão artística desde o século XIX. Ela trouxe ao mundo vários artistas, entre eles, Annie Leibovitz, Sebastião Salgado, Saul Leiter, Pierre Verger e Henri Cartier-Bresson, que alçaram a fotografia ao estado da arte, no século XX.

Os quatro fotógrafos – Renata Guarnieri, Éric Ribeiro, Geane Sousa e Leiz Lima – são herdeiros da arte dos cliques e seus pés, hoje em dia, sobem sobre os ombros daqueles mestres, em direção a mais e melhores fotos.

Banca de jornal à noite, em São Paulo, a partir da janela do carro (Foto: Renata Guarnieri, por celular)

“Sou fotógrafa de uma lente só”, diz a jornalista ituana Renata Guarnieri, que atua na Prefeitura de Itu, clicando com a sua lente 18-135mm. Para ela, que aos 12 anos ganhou uma câmera dos pais, o olhar da adolescente foi se aguçando para objetos, pessoas e paisagens que já apareciam em fotos com composições interessantes. “Ídolos?”, ela pergunta. Embora afirme não ter ídolos na fotografia, Renata se inspira nos reflexos de Carter-Bresson, nos cotidianos de Vivian Maier e no Brasil de Sebastião Salgado. Sobre a única lente que utiliza, a fotógrafa faz planos de comprar outra, mais adiante.

Estacionamento em Itu (Foto: Renata Guarnieri, por celular)

Entre as fotos que marcaram Renata, ela lembra a da pequena Kin Phúc, a garota nua na estrada que chora por ter sido atingida por uma bomba de napalm na Guerra do Vietnã. “Essa imagem é marcante e muito significativa, é um registro de como a guerra é desumana, principalmente, contra os mais frágeis”, diz a fotógrafa. As duas fotos de Renata nesta matéria – a da banca de revista e a do estacionamento – foram feitas com celular, a primeira no calor do momento e a segunda foi planejada, esperada, pensada. Renata assinala que sua cidade, Itu, foi visitada em 1825 por um dos pais da fotografia, o francês Hércules Florence, que foi conhecer as minas ituanas das rochas de ardósia.     

Noturna do Masp e bicicletas, na Avenida Paulista (foto: Éric Ribeiro)

A arte de contar histórias através dos cliques passa pelo cotidiano do fotógrafo paulistano Éric Ribeiro, que hoje trabalha na Setur-SP, mas já empunhou suas lentes também para veículos do trade turístico como o Brasilturis e a Mercado & Eventos. Torcedor fervoroso do São Paulo e já tendo vestido a camisa na categoria de base do Corinthians e nos testes para o Cruzeiro, Éric descobriu o mundo das fotos através da câmera fotográfica da irmã dele, que aspirava à profissão. Sua grande virada aconteceu quando cobriu o Carnaval de São Paulo em 2006, ao ter clicado a rainha da bateria da Mancha Verde, Viviane Araújo.

Balões em Boituva (Foto: Éric Ribeiro/Setur-SP)

O pai dedicado do jovem Vinícius, ao lado de quem construiu o seu verdadeiro lar, abraçou com devoção a paternidade, que desempenha com ternura. “Eu não paro, me dá a missão que eu encaro”, é como Éric costuma dizer, para alguém que durante a pandemia vendeu o próprio carro para investir em equipamentos e manter viva a fotografia. Além dos cliques, a alma do fotógrafo bate pelo samba, canta Zeca Pagodinho e tem ídolos no esporte (Ayrton Senna, Bebeto e Romário). Mas o que ele gosta mesmo é de contar histórias com suas lentes. Em tempo: a foto noturna do Masp que abre a matéria é de sua autoria.

Foto de casamento em Paranapiacaba, Santo André (Foto: Geane Sousa)

Em 2019, Geane Sousa trabalhava como modelo e já se encantava com a energia dos bastidores. “Aquela alegria que eu via atrás das câmeras despertou em mim o desejo de viver a mesma experiência”, diz a fotógrafa que já trabalhou na Setur-SP e hoje faz parte da equipe da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do Estado. Para comprar a primeira câmera, não mediu esforços – começou a juntar dinheiro vendendo trufas. Os seus primeiros registros foram de paisagens e autorretratos, “que me ajudaram a treinar meu olhar, explorar ângulos e desenvolver minha sensibilidade”, explica a fotógrafa.

Casal visto da janela (Foto: Geane Sousa)

A atenção aos detalhes e à essência das pessoas fez Geane mergulhar no universo dos casamentos, onde ela eterniza momentos únicos com delicadeza e verdade por suas lentes prediletas (a 35mm e a 50mm) – como as duas fotos que ilustram a matéria, uma delas clicada em Paranapiacaba. Entre as suas fotos favoritas, Geane lembra a do beijo na Times Square, em Nova York, ao final da Segunda Guerra Mundial (por Alfred Eisenstaedt) e a da “Garota Afegã” (de Steve McCurry). Para ela, a fotografia é muito mais que uma profissão. “É o meu modo de enxergar o mundo e eternizar o que ele tem de mais humano”, diz.

Pôr do sol em Pauliceia (Foto: Leiz Lima)

“O máximo de pessoas que você puder conhecer, conheça” é uma frase que o fotógrafo Leiz Lima carrega para a sua vida, ele que trabalha na Setur-SP, onde tem a chance de viajar por todo o Estado de São Paulo e conhecer vários lugares. A trajetória de Leiz foi longa até fixar sua jornada somente com câmeras e lentes. Estudou Serviço Social, foi garçom, trabalhou em expedição de fábrica de vestidos, formou-se em Marketing, até engatar sua jornada profissional, em 2014, clicando casamentos. Leiz lembra a primeira câmera que comprou na vida, que custava quatro vezes o salário que ganhava, à época.

Três meninas em preto e branco (Foto: Leiz Lima)

“Foi a melhor decisão que já tomei na vida”, Leiz relembra, ao se dedicar apenas à fotografia, pois passou a ter mais qualidade de vida. “Gosto de captar o espontâneo, retratar a realidade e tentar ver arte em tudo”, diz. As lentes de que mais gosta de usar são a 85mm 1.2 (“é lente absurda com sua nitidez, gera desfoques e excelentes fotos”) e a 24-105mm 4.0 (“ela é muito versátil, praticamente faço tudo com ela, que facilita meu trabalho”). Os ídolos de Leiz na fotografia foram as pessoas que conheceu nesses 11 anos de carreira.

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