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E-book premiado mostra potencial de serviços de polinização no estado de São Paulo

E-book premiado mostra potencial de serviços de polinização no estado de São Paulo

Com o objetivo de abordar o valor do serviço de polinização para a biodiversidade e para a agricultura, a Série Biota Síntese, projeto sediado no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do  Estado de São Paulo (Fapesp), lançou o livro Potencial do Serviço Ecossistêmico de Polinização no Estado de São Paulo. 

A obra tem autoria de pesquisadores da USP, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal da Bahia (UFBA), da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de SP (Semil) e da Embrapa Meio Ambiente. Disponível para download gratuito no Portal de Livros Abertos da USP neste link, o trabalho foi o vencedor da 7ª Edição do Prêmio MapBiomas, que ocorreu no último dia 7 de julho e destacou soluções inovadoras para a conservação, manejo sustentável e combate às mudanças climáticas. 

A publicação explica como a polinização é altamente relevante para as atividades agrícolas, e tem valor estimado entre US$ 235 bilhões e US$ 577 bilhões em nível global. No Brasil, calcula-se que a polinização é responsável por cerca de R$ 43 bilhões do valor da produção agrícola anual, e de R$ 5 bilhões para a produção anual paulista, segundo o Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimentos, como informam os autores na apresentação da obra.

Apesar da sua importância econômica, do amplo conhecimento técnico-científico disponível sobre os fatores que influenciam a polinização e seus benefícios para a produção agrícola, e de ser, entre os Serviços Ecossitêmicos (SE), um dos mais estudados, esse conhecimento ainda se reflete pouco em políticas públicas ou em mudanças efetivas no setor produtivo.

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“Apesar de ser avaliada como altamente relevante para as atividades agrícolas, a maioria das abordagens de valoração desse serviço considera poucas dimensões de sua complexidade, baseando-se apenas na estimativa do nível de dependência dos polinizadores de cada cultura, multiplicada pelo valor da produção agrícola”, destacam os autores.

O objetivo deste documento, segundo eles, é apresentar um modelo de provisão potencial de polinização considerando a localização de cultivos e áreas de vegetação nativa, baseado na conexão entre oferta, fluxo e demanda, bem como valorar esse serviço para a produção agrícola do Estado de São Paulo. Eles destacam que esse modelo foi elaborado e aplicado para todo o Estado de São Paulo, de forma a possibilitar a identificação de possíveis aderências e desafios para sua incorporação e utilização em políticas públicas paulistas.

Capa e páginas do livro que tem download gratuito. Foto: Portal de Livros Abertos da USP

Desafios

Um desafio fundamental para a conservação e o aproveitamento desse serviço na gestão pública é a complexidade dos processos que afetam a polinização. A publicação elenca vários aspectos: identificar qual a dependência da polinização para cada variedade; quais fatores devem ser considerados para a avaliação da efetiva provisão desse serviço; como  incorporá-los em instrumentos de políticas públicas relacionadas à produção agrícola e à conservação; e como valorar esse serviço considerando contextos locais. 

Para os autores, a maioria das abordagens de valoração desse serviço considera poucas dimensões de sua complexidade, baseando-se apenas na estimativa do nível de dependência dos polinizadores de cada cultura, multiplicada pelo valor da produção agrícola. “Esse método fornece alguma informação sobre a importância monetária da polinização, mas a estimativa  de provisão do serviço de polinização assume igualdade de condições em toda a área destinada à produção agrícola. Além disso, complementam, são ignorados aspectos cruciais para estimar localmente a provisão do serviço, como o papel da estrutura espacial das paisagens rurais, o contexto ambiental em que os cultivos estão inseridos e a diversidade de polinizadores. 

Eles destacam que quanto maior a diversidade de polinizadores silvestres, maior a produtividade agrícola em razão da polinização, e que essa diversidade, por sua vez, é proporcional à quantidade de vegetação nativa e variedade de ambientes presentes na paisagem onde as áreas agrícolas estão inseridas.

“Dentre as regiões com demanda de polinização, observa-se que há grande heterogeneidade na provisão desse serviço, com destaque para a região sul do Estado, no Médio Paranapanema. Nessa região, há campos extensos com o monocultivo da soja, intercalados com o cultivo da cana-de-açúcar, sem a preservação da vegetação nativa na rede de drenagem (Áreas de Preservação Permanente). Como consequência, as paisagens são homogêneas, com poucos fragmentos de vegetação nativa isolados entre si, que sozinhas apresentam relativamente baixa capacidade de oferta de serviço de polinização”, exemplificam.

Série Biota Síntese

O foco da série é a coprodução, de forma colaborativa e transdisciplinar, de soluções baseadas na natureza. Essas soluções englobam um amplo espectro de ações, da conservação ao uso sustentável e à restauração, que se utilizam de processos ou serviços ecossistêmicos para enfrentar desafios societais, gerando benefícios tanto para a sociedade quanto para a biodiversidade. 

Os outros livros da série são:

Para acessar o livro Potencial do Serviço Ecossistêmico de Polinização no Estado de São Paulo na íntegra, clique aqui.

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