
Durante a 9ª Sessão Ordinária da Câmara de Ribeirão Branco, realizada nesta segunda-feira (9), o vereador Ronaldinho Fiscal do Povo (PT) fez um pronunciamento contundente na Palavra Livre, direcionado à Secretaria de Educação e ao Executivo Municipal, denunciando o que chamou de “clima de coação e desconfiança” enfrentado pelas merendeiras da rede pública municipal.
Segundo ele, há relatos de que as profissionais estão sendo constantemente vigiadas, com exigência de anotações minuciosas e recolhimento dos alimentos — especialmente das carnes — sempre às sextas-feiras, gerando insegurança e sentimento de desvalorização nas equipes.
“As merendeiras estão se sentindo coagidas dentro da própria cozinha. Não confiam mais nelas. Isso é sério. Elas têm responsabilidade enorme: alimentar nossos filhos. Quando eu cuidava da merenda, tratava elas com carinho e respeito, porque são fundamentais. Hoje, estão sendo fiscalizadas de maneira humilhante, tendo que anotar tudo, correndo atrás de carne na segunda-feira, porque alguém recolhe os alimentos na sexta. Isso é desnecessário, desrespeitoso. Se não confiam nos próprios funcionários, então temos um problema grave na gestão”, afirmou o vereador.
Clima de tensão e cobrança por valorização
Ronaldinho também criticou o modelo atual de contratação dos profissionais de apoio, via RPA, e a falta de plano de carreira para categorias como cuidadores e motoristas. Para ele, trata-se de uma “gestão que invisibiliza quem mais trabalha”.
Ele pediu que a Secretaria de Educação interrompa práticas de fiscalização que geram constrangimento e que o Executivo apresente um plano real de valorização para os profissionais da merenda escolar, que, segundo ele, estão entre os pilares invisíveis do sistema educacional.
A vereadora Virgínia (Podemos), que também se manifestou sobre a pauta da educação, defendeu que a insalubridade seja estendida às cozinheiras e atendentes de creche, pela exposição contínua a calor excessivo, agentes químicos e biológicos.