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Posse, habitação, gratificações e tensões marcam 9ª sessão da Câmara de Ribeirão Branco

Parlamentares discutem criação de nova secretaria, valorização do funcionalismo e desafios na saúde pública durante sessão marcada também pela chegada de novo vereador.
Foto: Divulgação

A Câmara Municipal de Ribeirão Branco realizou nesta segunda-feira (9) a sua 9ª Sessão Ordinária do 1º Período de 2025, marcada por uma pauta extensa, debates intensos e a posse do novo vereador Pedro Wilson de Souza (PP), que assumiu a cadeira como suplente. Em sua fala de estreia, Pedro Wilson prometeu dedicação, respeito à Constituição e ao povo, e recebeu boas-vindas calorosas dos colegas, especialmente de Ronaldinho Fiscal do Povo (PT), que destacou sua longa trajetória política.

Nova Secretaria de Habitação é proposta por Varandão

Um dos projetos mais relevantes apresentados foi o de criação da Secretaria Municipal de Habitação, de autoria do vereador Márcio Varandão (PL). A proposta visa concentrar políticas públicas voltadas à moradia, à regularização fundiária e à articulação com programas como o Minha Casa, Minha Vida, além de permitir maior captação de recursos estaduais e federais.

Segundo o autor, a medida representa uma resposta à crescente demanda por habitação e à necessidade de ampliar o acesso da população a políticas habitacionais efetivas.

Gratificações, insalubridade e valorização dos servidores

A valorização do funcionalismo municipal voltou ao debate com força. A vereadora Virgínia (Podemos) defendeu a concessão de insalubridade a cozinheiras e atendentes de creche, citando exposição a riscos biológicos, químicos e físicos. Já Ronaldinho Fiscal do Povo (PT) fez duras críticas ao modelo de contratação via RPA para profissionais de apoio, como cuidadores, e à falta de piso salarial para motoristas da saúde e educação.

Ronaldo também denunciou o que chamou de “sensação de vigilância” sobre merendeiras, com relatos de carnes recolhidas semanalmente das escolas e coação velada de servidores.

“As merendeiras estão se sentindo coagidas dentro da própria cozinha”, disse o vereador. “Estão sendo fiscalizadas de maneira humilhante, obrigadas a anotar tudo, e ainda precisam correr atrás de carne na segunda-feira porque alguém recolhe os alimentos na sexta. Isso é desnecessário, desrespeitoso. Se não confiam nos próprios funcionários, então temos um problema grave na gestão”, completou.

Saúde pública e cobranças por transparência

As críticas à gestão da saúde também dominaram parte dos discursos. Ronaldinho apontou excesso de horas extras, falta de informações no Portal da Transparência e ausência de interlocução da Secretaria com a Câmara. O vereador voltou a dizer que “reuniões seletivas com aliados não são diálogo institucional”.

Virgínia, por sua vez, rebateu críticas por não ter participado de uma audiência pública na área. Segundo ela, questões familiares a impediram, mas reafirmou seu compromisso com a saúde: “Meu trabalho não se resume a estar em eventos, e sim a acompanhar, fiscalizar e propor melhorias”.

Projetos aprovados e foco em educação e prevenção

Na ordem do dia, foram aprovados projetos com foco em educação, saúde preventiva e valorização da cultura e esporte:

  • PL nº 0015/2025, de Flávio da Agricultura (PP): proíbe músicas com apologia ao crime, drogas e violência nas escolas.
  • PL nº 0017/2025, de Gilmar (Republicanos): institui a Semana Municipal de Prevenção e Combate ao Uso de Drogas.
  • PL nº 0018/2025, também de Gilmar: cria o programa “Ribeirão Branco Sorridente”, com foco em saúde bucal.
  • PL nº 0020/2025, assinado por diversos vereadores: oficializa o evento religioso Cerco de Jericó no calendário municipal.
  • PL nº 0021/2025: inclui o Campeonato Interescolar Municipal como evento oficial da cidade.
  • Projetos de denominação de vias públicas de autoria de Bruno do Cidão (Podemos) e Tuca Teixeira (Republicanos) também foram aprovados.

Tensões veladas na palavra livre

A sessão também foi marcada por trocas de indiretas e tensões nos bastidores, especialmente entre membros da oposição e da base governista. Houve cobranças por mais diálogo institucional, críticas à condução de pautas do Executivo e menções a ataques pessoais fora do plenário — temas que devem ganhar mais fôlego nas próximas sessões.