Ribeirão Branco, a 14ª maior produtora de tomate de São Paulo, vive uma crise no campo. O preço da caixa de 22 quilos do fruto caiu para R$ 20, valor insuficiente para cobrir os custos de produção, manejo e logística, estimados em R$ 45. A situação levou muitos dos 1.300 produtores rurais cadastrados na cidade a doarem parte da colheita, mas o desperdício segue elevado.
Com aproximadamente 19 mil hectares de área plantada, 80% dos produtores locais dedicam-se ao cultivo de tomate. Segundo Denis Magalhães Machado, secretário de Agricultura de Ribeirão Branco, muitos agricultores preferiram não colher os frutos, cortando os pés diretamente na lavoura para evitar custos adicionais. “Os produtores que têm caminhão trazem as cargas ao terminal, onde as pessoas retiram com sacolas e caixas, mas ainda sobra muito. Alguns até levam para alimentar o gado”, afirmou.
Mesmo com as ações solidárias, a prefeitura confirma que grande parte da produção é descartada, evidenciando os desafios enfrentados pelos agricultores. Para os pequenos produtores, o impacto é ainda mais severo, com prejuízos financeiros e incertezas sobre o futuro.
A crise no preço do tomate reflete problemas estruturais no mercado agrícola brasileiro, como a falta de políticas públicas para o escoamento da produção e o apoio financeiro aos agricultores em tempos de desvalorização. Enquanto isso, a solidariedade tem sido uma alternativa para amenizar os impactos sociais, mas ainda insuficiente para combater o desperdício.