A Justiça condenou a 45 anos de prisão o homem que matou a ex-companheira com golpes de facão e espancou o irmão dela até a morte com uma barra de ferro, em Ribeirão Branco (SP), em agosto de 2022. A sentença foi anunciada nesta quinta-feira (10), no Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher, reforçando a urgência e gravidade dessa luta.
O réu, denunciado pelo Ministério Público (MP) de Itapeva (SP), foi condenado por homicídios qualificados com as agravantes de motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas. No caso da mulher, o crime também foi qualificado como feminicídio, uma das formas mais brutais de violência de gênero.
De acordo com o MP, o assassino deixou Campinas (SP) e viajou até Ribeirão Branco após ver uma publicação em rede social na qual a ex-companheira se declarava solteira. Não aceitando o fim do relacionamento, ele comprou um facão e planejou o ataque. A emboscada ocorreu quando a mulher saía do trabalho; ela foi atingida na cabeça e na nuca. Apesar de ter passado por cirurgia, não resistiu aos ferimentos.
No mesmo dia, o agressor foi até a casa do irmão da vítima, que também foi espancado na cabeça e na nuca com um pedaço de ferro, vindo a falecer em decorrência dos golpes. O assassino foi localizado e preso no dia seguinte, em Itaberá (SP).
A Justiça decidiu que o homem não poderá recorrer da sentença em liberdade, considerando a periculosidade do réu e a necessidade de proteger a ordem pública. O caso teve a atuação dos promotores Luis Fernando Fantoni, Francisco Antônio Mattosinho e Thiago Xavier, que destacaram a crueldade dos crimes e a motivação fútil do assassino.
A decisão judicial ocorre em um momento emblemático, justamente no Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher, e reforça a urgência de ações que combatam o feminicídio, um problema que afeta milhares de mulheres no Brasil.