No cenário das eleições municipais de Ribeirão Branco, duas figuras despontam na disputa pela Prefeitura: Leandro Frutuoso de Oliveira, o Ratinho (PSDB), atualmente vereador e candidato da oposição, e Tuca Ribas (Progressistas), atual prefeito interino. Em meio a promessas de “reconstrução” e desenvolvimento, o que observamos até agora é uma preocupante ausência de diálogo com a população e uma falta de transparência dos próprios candidatos.
Planos Ambiciosos, Execuções Questionáveis
O plano de governo de Tuca Ribas, atual prefeito interino, propõe medidas importantes em áreas como saúde, desenvolvimento social e infraestrutura. Entre as promessas estão a revitalização do Hospital Municipal, a construção de unidades básicas de saúde e a criação de uma “Casa de Apoio” ao usuário do SUS, além da introdução do programa “Tarifa Zero” no transporte público, que supostamente facilitaria o acesso dos moradores dos distritos aos serviços municipais.
Essas são propostas que certamente têm apelo eleitoral, mas que demandam uma análise crítica quanto à sua viabilidade. Tuca já ocupa o cargo de prefeito interino e, até o momento, pouco foi feito para dar início a essas melhorias, o que levanta a questão: se essas mudanças são possíveis, por que não foram iniciadas durante seu mandato? A revitalização de prédios de saúde e a ampliação do atendimento, por exemplo, são demandas urgentes, mas a execução dessas propostas esbarra em questões orçamentárias e logísticas que não são detalhadas em seu plano.
Outro ponto digno de questionamento é o programa “Tarifa Zero”, que promete transporte público gratuito para todos os cidadãos. A ideia é atraente, mas dificilmente sustentável sem um aporte significativo de recursos externos. Como o município, que já enfrenta dificuldades econômicas, pretende financiar essa iniciativa? O que está em jogo aqui é a credibilidade de promessas que, se não acompanhadas de um planejamento financeiro robusto, podem rapidamente se tornar apenas retórica eleitoral.
Já o plano de Leandro Frutuoso de Oliveira, o Ratinho, que se apresenta como candidato de oposição, traz propostas que tocam áreas sensíveis, como a criação de creches em tempo integral, a ampliação das vagas no ensino infantil e a implementação de cursos preparatórios para o ENEM. No entanto, o plano carece de detalhes claros sobre como ele pretende obter os recursos necessários para colocar essas promessas em prática. Além disso, a proposta de fortalecer a agricultura familiar, embora louvável, requer um esforço articulado entre o poder público e os pequenos produtores, algo que raramente acontece de forma eficaz em municípios de menor porte como Ribeirão Branco.
A Ausência que Fala Alto
Ambos os candidatos têm planos que precisam ser questionados, discutidos e detalhados. E é justamente nesse contexto que a participação em entrevistas e debates se torna essencial. O Diário de Ribeirão Branco, um veículo de imprensa local comprometido com a transparência e o direito à informação, organizou entrevistas para que os candidatos pudessem explicar suas propostas, responder a questionamentos e, acima de tudo, esclarecer a população sobre como pretendem governar.
Infelizmente, Tuca Ribas sequer respondeu aos nossos convites para a entrevista. Como prefeito interino, ele já deveria estar implementando algumas das mudanças que promete, mas optou por se esquivar de uma oportunidade crucial de prestar contas aos eleitores. Esse silêncio é especialmente preocupante em uma cidade onde a administração municipal deve enfrentar enormes desafios, como a baixa qualidade dos serviços de saúde, educação e infraestrutura.
Por sua vez, Ratinho agendou a entrevista, mas não compareceu, demonstrando desinteresse ou despreparo para debater publicamente seu projeto de governo. Como candidato de oposição, ele tem a responsabilidade de mostrar que é capaz de liderar Ribeirão Branco rumo a um futuro melhor, e não participar dessa discussão significa deixar a população no escuro sobre suas reais intenções e capacidades.
A Importância da Imprensa e do Eleitor Informado
Nesse contexto, a ausência dos dois candidatos nas entrevistas organizadas pelo Diário de Ribeirão Branco é um desrespeito à população e à imprensa profissional, que trabalha para garantir que o eleitor tenha as informações necessárias para fazer uma escolha consciente nas urnas. A imprensa livre é o pilar de uma democracia saudável, e quando candidatos se recusam a participar do diálogo público, demonstram uma falta de compromisso com a transparência e com o povo que pretendem governar.
O papel da mídia local é justamente o de servir como um canal entre os candidatos e a população. Cabe a nós questionar, informar e esclarecer, mas também cabe aos candidatos assumirem suas responsabilidades e responderem a esses questionamentos. O futuro de Ribeirão Branco depende de um eleitorado bem informado e de políticos que respeitem o diálogo aberto e franco.
Por fim…
Estamos em um momento crucial para Ribeirão Branco. A cidade enfrenta desafios imensos, que exigem lideranças fortes, comprometidas e, acima de tudo, transparentes. Quando candidatos fogem do debate público, é a população quem perde. A imprensa profissional continuará fazendo seu papel, cobrindo cada detalhe dessas eleições, e esperamos que tanto Tuca Ribas quanto Ratinho entendam a importância de participarem ativamente desse processo.
As perguntas estão no ar. Cabe aos candidatos responderem – e cabe a você, eleitor, exigir essas respostas.
