Como parte da estratégia para superar os desafios em relação ao diagnóstico da infecção pelo HIV, o Ministério da Saúde publicou esta semana o Guia Rápido de Testagem Focalizada para o HIV. Voltado para gestores(as) e profissionais da saúde, o documento apresenta um conjunto de estratégias com o objetivo de ampliar o acesso ao diagnóstico da infecção pelo HIV para as populações que mais precisam.
As estratégias apresentadas no Guia podem ser aplicadas de forma local, utilizando a estrutura de saúde e insumos já disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). O documento também inclui a orientação de aproveitar oportunidades de parcerias com organizações da sociedade civil para focalizar a testagem para HIV.
Nos últimos anos, o Brasil obteve resultados expressivos em relação ao diagnóstico da infecção pelo HIV. Em 2022, 90% das pessoas vivendo com HIV ou aids no país haviam sido diagnosticadas. No entanto, dados mostram que o diagnóstico tardio ainda é um desafio a ser superado.
Segundo o coordenador-geral de Vigilância de HIV e Aids do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde (Dathi/MS), Artur Kalichman, vários países têm implementado ações de focalização da testagem em populações em situação de maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV devido a estigma, discriminação, fatores raciais e socioeconômicos que dificultam o acesso aos serviços que ofertam a testagem. Entre esses grupos estão pessoas trans, pessoas privadas de liberdades, gays e outros homens que fazem sexo com homens, pessoas negras, indígenas, entre outros.
“A testagem focalizada representa um avanço importante na resposta ao HIV. A focalização nos grupos em situação de maior vulnerabilidade, permite alcançar as pessoas que mais precisam e que, devido a determinantes sociais, acabam ficando para trás. Também é uma forma de otimizar o trabalho dos profissionais de saúde e ter melhor gestão sobre os recursos públicos”, informa.
O Guia apresenta estratégias com foco em grupos e locais nos quais devem ser priorizadas as ações de testagem. Em última instância, a focalização é estratégia importante para alcançar aqueles que ainda não tem o diagnóstico da infecção pelo HIV, permitindo atingir a meta de ter pelo menos 95% das pessoas vivendo com HIV ou aids diagnosticadas no país até 2030. É importante ressaltar que as estratégias de focalização não devem interferir nas diretrizes que garantem o acesso universal à testagem voluntária disponível aos usuários SUS.
Ampliação do acesso a testagem para HIV no Brasil
A meta institucional é ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas, destas 95% em tratamento e das em tratamento 95% com carga viral suprimida até 2030.
A focalização da testagem se junta a outras ações do Ministério da Saúde que tem investido na descentralização da testagem para o HIV para a Atenção Primária à Saúde (APS) principalmente com o uso de testes rápidos, mobilizações, campanhas, disponibilização de autoteste de HIV e realização de testagem por pessoas qualificadas em ambientes externos aos serviços de saúde, entre outras ações no âmbito do SUS.
Lorany Silva
Ministério da Saúde





