Nos dias 7 e 8 de agosto o Ministério da Saúde recebeu profissionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) para uma missão conjunta de implementação do Programa Aprimorado de Vigilância Antimicrobiana Gonocócica (Egasp) no Brasil e discussão sobre ferramentas para a resposta à sífilis e à sífilis congênita. O objetivo da Egasp é fortalecer o controle da gonorreia por meio da vigilância da resistência a medicamentos antimicrobianos utilizados no tratamento de seu agente, o Neisseria gonorrhoeae.
O Ministério da Saúde – por meio do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente – em parceria com estados, municípios, serviços de assistência e laboratórios locais, além do Laboratório de Biologia Molecular, Microbiologia e Sorologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), já realiza o monitoramento da sensibilidade do gonococo aos antimicrobianos, no projeto SenGono. Desde a primeira edição, o SenGono conta com colaboração da OMS por meio do Programa de Vigilância Antimicrobiana Gonocócica (Gasp).
A partir da referida iniciativa, este ano, o Brasil foi convidado a participar do programa aprimorado, o Egasp. Para o piloto, foram escolhidos dois serviços locais considerados modelo para a institucionalização desta parceria. O primeiro é o Núcleo de Testagem e Aconselhamento do Distrito Federal e, o segundo, a Policlínica Centro, localizada em Florianópolis, Santa Catarina.
Durante a reunião, a secretária da SVSA, Ethel Maciel, ressaltou a disponibilidade do Ministério da Saúde para o trabalho em conjunto com a OMS e o CDC na resposta às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). “Nossa gestão está comprometida com o cuidado da população. Vocês podem contar com a gente para juntos trabalharmos para o controle e a eliminação dessas ISTs”.
O encontro foi mediado por Pâmela Gaspar, coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis do Dathi, e contou com representantes da OMS; do CDC Brasil e Estados Unidos; da Universidade Federal do Espírito Santo; do Núcleo de Testagem e Aconselhamento e Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal; da Opas; da UFSC; e da Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública.
Representantes da Opas, OMS e do CDC também estiveram em Florianópolis/SC, nos dias 5 e 6 de agosto, para realizar visitas ao Laboratório de Biologia Molecular, Microbiologia e Sorologia – referência nacional de IST – e à Policlínica Centro, além de discussão técnica a respeito dos protocolos nacionais e da Egasp, bem como explanação a respeito dos antecedentes, expansão e resultados recentes do Programa Aprimorado.
Brasil Saudável
Para o diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) do Ministério da Saúde, Draurio Barreira, o país está novamente priorizando a saúde da população. “O Brasil está de volta e estamos interessados em realizar parcerias internacionais em prol do cuidado da população. Hoje temos um programa ousado, o Brasil Saudável, que visa eliminar 11 doenças e cinco infecções transmitidas de mãe para filho. A eliminação da transmissão vertical da sífilis está entre nossas prioridades”.
Em consonância, Miguel Aragón, assessor de Doenças Transmissíveis e em Eliminação da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), ressaltou que o enfoque do Brasil Saudável e que pode ser um exemplo para outros países da América Latina. “Do ponto de vista da saúde, o Brasil possui as tecnologias disponíveis para a eliminação de diversas infecções e doenças, mas o país tem um grande obstáculo, que são as desigualdades sociais. Por isso, a chave desse programa é enfrentar os determinantes sociais”, destacou.
Lorany Silva e Ádria Albarado
Ministério da Saúde